Lá muito ao fundo ouvi o despertar da Mamã a tocar, continuei, quentinho e enroscado nos cobertores que se enrolam em mim formando um só. Depois das mil e uma tarefas matinais que a Mamã faz, foi-me chamar, acordando-me com um dos seus beijos mais doces que mel, e que só ela sabe dar. Retribui-lhe e levantei-me de seguida. Arrastando-me, lá fui lavra os dentes e a cara com uma água tão gélida que me fez despertar nesse mesmo momento.
Após um revigorante pequeno-almoço, apressamo-nos em direcção à escola. Finalmente!
Quando lá chegamos, despedi-me da Mamã e corri em direcção à sala polivalente, e lá estava ela! era um pedaço de imaginário, tudo aquilo que apenas existe quando fechamos os olhos e deixamos o nosso pensamento deambular solto, sem amarras, sem desígnios, enfim... sem coisas de adultos!
Pois é! E agora que estava ali, não era necessário fechar os olhos, ali, quase não existia a necessidade de usar o imaginário, estava tudo lá!
Não me cansava de olhar para ela. Era de facto o mais lindo Mural que até então tinha visto. Imaginava-me dentro dele, a viver o que se lá passava, rodeado de todas aquelas cores. Que bom seria!
Anseio pelo dia em que haja uma festa no saguão para, finalmente poder entrar ali. Nesse dia, não ficarei pela imaginação, vou rasgá-lo e entrar por ele a dentro. Até já....Cogito!
Marcela Batalha e José Calamote
