Para
promover, mais uma vez, a leitura e o prazer de ler, a nossa escola realizou,
no início do mês de junho, a V Feira do Livro.
Como
a Feira do Livro deve ser entendida não só como um local de compra e venda de
livros mas também como um espaço de promoção e partilha de experiências
enriquecedoras para os alunos, foram pensadas e dinamizadas diversas
atividades, todas elas tendo como principais ingredientes os livros.
Assim,
no primeiro dia, todos os alunos da escola, organizados por horas e por turmas,
tiveram a oportunidade de visitar a Feira e de selecionar um livro que os
encarregados de educação, mais tarde, poderiam comprar.
No
segundo dia, a Sónia, a representante da Porto Editora, dinamizou uma
atividade, tendo como pano de fundo o livro A
Árvore Generosa, de Shel Silverstein. Depois da sua leitura, a primeira turma, o 2.ºB,
retirou de um saco algumas letras e com elas sugeriu palavras que estivessem
ligadas ao texto que tinha ouvido. Depois, com essas palavras, numa tarefa
coletiva, os alunos deram início a uma história, que foi sendo desenvolvida
pelas restantes turmas da escola, uma de cada vez, com exceção dos primeiros
anos que se encontravam numa visita de estudo.
No
dia seguinte, procedeu-se à entrega dos prémios do Concurso de Leitura, numa cerimónia organizada para o efeito, para,
mais tarde, os alunos vencedores serem participantes ativos nas leituras de
contos que se estenderam pelos restantes dias da Feira. Há a destacar que, a
maioria dos textos lidos pelos alunos foram produzidos pelas turmas da escola,
estando compilados num “livro gigante”, colocado à disposição na biblioteca da
escola.
Na
quinta-feira, para além das leituras de contos, os vencedores do concurso Soletrando, quer da EB1/JI José Ruy quer
da EB1/JI Condes da Lousã, juntaram-se na biblioteca da nossa escola para
disputar a final interescolas. À tarde, as turmas ficaram também a saber quem
eram os vencedores do concurso Faz de
Conto.
No
último dia, as crianças do Jardim de Infância foram presenteadas com uma
leitura bastante expressiva da professora Vânia, que parecia uma verdadeira
contadora de histórias profissional. De seguida, as turmas do primeiro ano, que
tinham estado ausentes na atividade da Sónia, ouviram a leitura do livro A Árvore Generosa, de Shel Silverstein,
e viram um vídeo sobre o mesmo, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=mObeiZg-YCg.
A professora
Tatiana, de Educação pela Arte (AEC’s), também foi convidada a participar e,
durante as suas aulas, promoveu um “Workshop” que envolveu a poesia e a
pintura.
Após
esta semana, dedicada exclusivamente à leitura, concluímos que a V Feira do Livro foi um sucesso e que os
alunos, mais do que nunca, estiveram motivados para escolher “novos
companheiros” para as horas vagas. Alguns encarregados de educação também se
mostraram disponíveis para visitar a Feira, tendo o horário de funcionamento
sido alargado para os receber.
Não
podíamos deixar de agradecer à Porto Editora, que disponibilizou os livros
presentes na Feira, bem como à Sónia, a representante da mesma editora, que
sempre se mostrou disponível para participar ativamente nas nossas atividades.
Aqui
deixamos alguns dos registos das atividades dinamizadas.
Desejando
boas leituras, partilhamos o texto produzido pelos alunos no segundo dia da
Feira:
A
Floresta Mágica
Num dia de verão, uma menina, chamada Sónia,
andava a passear pela floresta e encontrou muitas árvores que eram diferentes
de todas as outras. Nessa altura, ouviu uma voz que dizia:
- Menina, a Natureza é tua amiga.
- Quem és tu? - perguntou a Sónia.
- Olha para cima, não me vês? Sou a abelha e estou
na janela da colmeia. - respondeu a voz.
- Ah! Já te vi!
- Reparei que andaste a cortar algumas árvores e a
puxar os seus ramos, sem motivo nenhum. - queixou-se a abelha.
- Eu não gosto da Natureza e ela não serve para
nada. Por isso, posso fazer o que quiser, incluindo arrancar os ramos das
árvores.
- Que menina malcriada. Não serve para nada???? A
Natureza tem muitas funções e, para além disso, esta floresta é mágica. Não
viste que estas árvores são diferentes das outras?
- Não, não vi nada!
- Ora ouve o que te vou explicar: estas árvores
são coloridas, têm formas diferentes e falam com os humanos. Esta floresta é
mágica!
- Vou tentar falar com elas. Ó árvore cor-de-rosa,
tu falas?
- Elas não falam contigo porque tu arrancaste os
seus ramos. - justificou a abelha quando viu que as árvores não respondiam à
menina.
A Sónia pensava que tudo o que a abelha lhe
dissera era mentira, uma vez que as árvores não lhe respondiam.
- Ó abelha, ou estás a mentir ou sonhaste. Nunca
ouvi dizer que as árvores falavam, isso só acontece nos livros ou nos sonhos,
não é real.
- Se queres realmente ouvir uma árvore a falar,
tens de fazer uma boa ação.
A menina pensou no que poderia fazer, no entanto,
teve alguma dificuldade porque não estava habituada a fazer boas ações. Mas ela
queria mesmo saber se as árvores falavam. Chegou à conclusão que talvez fosse
boa ideia apanhar o lixo que existia na floresta, também podia plantar novas
árvores e regar as que já existiam.
Assim que começou a pôr em prática as suas ideias,
ouviu novamente uma voz, mas desta vez era a árvore cor-de-rosa que falava:
- Sónia, estás a ir no bom caminho!
- Quem falou? E como é que sabes o meu nome? -
admirou-se a menina.
- Eu sei o teu nome porque sou uma árvore mágica
e, do meu lugar, observo tudo o que se passa na tua aldeia.
- Será que estou a sonhar? Nunca vi uma árvore a
falar e não acreditava que elas falavam. Se estou a sonhar, acordem-me já!
Primeiro foi uma abelha, agora é uma árvore??? Ai a minha vida!!!
Nessa altura, a árvore azul, que era a mais
impaciente, deixou cair um dos seus frutos em cima da Sónia e gritou bem alto:
- Acorda!!!!!
- Aiiii! Isso doeu e esta dor é bem real, afinal
não estava a sonhar. Pronto, já acredito que as árvores podem falar...pelo
menos nesta floresta.
No entanto, a Sónia ainda não tinha percebido a
função da Natureza e, então, perguntou às árvores:
- Então para que serve a Natureza?
A árvore mais sabichona, de cor anil, respondeu
sem hesitar:
- Se não houver Natureza, não há vida na Terra. Tu
própria fazes parte da Natureza, por isso, não percebo a razão por que a tratas
mal. Todos os seres vivos fazem parte da Natureza. Por exemplo, nós, as
árvores, damos-te oxigénio, frutas para comer, sombra para descansares...ah, e
sem nós não terias livros para estudar nem sequer terias uma Feira do Livro na
tua escola...
- Ah! Nunca tinha pensado nisso...é verdade que
não conseguiria viver sem oxigénio, sem fruta, sem sombra... e nem conseguiria
imaginar a minha vida sem livros...
A Sónia ficou tão entusiasmada com a sua
descoberta que, nesse instante, resolveu escrever um livro sobre a importância
da Natureza e prometeu que lhe iria dar mais valor, sendo mais generosa com
ela.
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