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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sei de um Sítio


Sei de um Sítio

Durante os meses de Maio e Junho realizou-se na nossa escola um projeto novo chamado “Sei de um Sítio”, com a turma da professora Sofia e orientado pelo professor Miguel Maia, que é aluno de Mestrado da Escola Superior de Teatro e Cinema.

Há um sítio na nossa escola cheio de tanto e de tudo. O sítio, já o sabíamos, chama-se biblioteca, e tem cada vez mais livros. Eles vivem lá, arrumados nas suas prateleiras, mas não é para os deixarmos sossegados! Têm que ser tocados, ouvidos e cheirados, acarinhados e manipulados, abertos e reabertos, lidos e relidos. E depois têm que nos dar coisas a nós. Ideias, cores, imagens, paisagens, histórias e sensações.

À procura de tudo isto e muito mais, desenvolvemos diversas atividades artísticas com o objetivo de tornar viva a nossa biblioteca e os livros que nela habitam. Fizemos algumas coisas fora do comum e, através de jogos e improvisações, fomos descobrindo algumas coisas sobre os livros. Afinal os livros têm cheiro? Então e sons? Que som faz um livro? E para que serve? Para fazer construções?

Depois pensámos que, como tínhamos a imaginação treinada, a podíamos usar para nós próprios fazermos um livro para tornar aquele sítio mais rico. E pusemos mãos à obra, juntámos as nossas ideias, os nossos pincéis, tintas, tecidos e folhas e criámos um livro. Chama-se “Livra” e conta a história de uma minhoca dançarina, de um cantor benévolo, de um gigante que veio de um círculo e de uma fada generosa. Enfim acaba tudo em bem, com um gigante apaixonado, uma arca com diamantes e uma janela pintada com as “coisas que eu quero”.



Livra

Era uma vez uma minhoca grande do tamanho de um menino, que tinha um bigode muito grande como um chefe de cozinha.

A minhoca estava em movimento, a dançar, porque estava a competir num concurso de dança no mar. Veio um cantor e começou a cantar “tssssss”. Esse cantor era um homem bonito e rico e tinha muitas casas, embora o seu sonho fosse ser cantor. O cantor deu uma bola de plasticina a cada pessoa do público, bola essa que tinha lá dentro um desejo. Uma das pessoas do público abriu a sua bola e encontrou lá dentro o círculo mais pequeno do mundo. Dentro do círculo mais pequeno do mundo havia um gigante. Era outro mundo, um mundo inteiro dentro de um círculo. O gigante estava à procura de comida e conseguiu sair do círculo, pensando que poderia comer a minhoca que estava a participar no concurso. Ao ver o gigante o público ficou estranho.

Apareceu então uma fada. Era uma fada pequenina, gira, tinha magia e estava vestida de azul com uma varinha que tinha muito poder bom. Entretanto apareceu também um peixe seco que cheirava mal, a conchas velhas. Ele aproximou-se da fada e esta disse:

- Sai daqui, cheiras mal!

De seguida a fada transformou o peixe seco num homem que cheirava bem. O gigante entretanto apaixonou-se pela minhoca e ficou com ela no baile. A fada e o homem que cheirava bem saíram do concurso e foram nadar para o mar. Encontraram uma arca cheia de ouro e diamantes. Esta arca só poderia ficar com quem tivesse amor. Então eles trouxeram-na de volta para o concurso para a oferecer à minhoca e ao gigante. Depois de receberem a arca, a minhoca e o gigante foram a uma loja de roupa do mar, depois a um museu, onde viram espinhas de peixes e por fim foram para casa onde estiveram a beber champanhe e a comer morangos. Foram dormir e, de manhã, o gigante levou o pequeno-almoço à cama à minhoca que depois pegou num novelo e foi para a varanda costurar uma camisola para o gigante. Enquanto costurava, encontrou um melão verde dentro do novelo. Ela abriu a parte verde, tirando a casca, e lá dentro estava uma pedra que andou a saltar, a saltar sem parar... Ninguém a conseguia apanhar, até que por fim ela caiu e partiu-se aos bocados, e quando batia no chão, cada bocadinho fazia um som igual ao do coração. Ao saltarem, estas pedras estragaram a pintura de uma janela que era difícil de pintar pois era de metal. Mandaram chamar um pintor que trouxe uma tinta que se chamava “as coisas que eu quero”. E a coisa que a minhoca e o gigante mais quiseram foi poder viver o seu amor apesar das suas diferenças.




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